Conheça Chiba

Nove dicas para curtir Chiba
Nove dicas para curtir Chiba

De certo modo, estar próximo de Tóquio pode trazer uma série de vantagens. Morar relativamente perto do centro do país sem gastar tanto com aluguel é uma delas. Mas essa reputação de região dormitório acaba escondendo o que as províncias periféricas à capital têm a oferecer. É o que acontece com Chiba. Fica parecendo que não há nada a fazer e que suas cidades não valem a visita no fim de semana. Acontece que a província que ocupa a Península de Boso tem muito mais a oferecer do que moradias mais baratas. História, montanhas, mar e muito sol, gastronomia etc., ou seja, tudo o que você procura quando quer sair da rotina está por ali. Neste blog nós demos um giro por Chiba e deixamos para você nove dicas para curtir essa província de montão, com tudo o que tem direito. Embarque já!

1. Conhecer por dentro casas de samurais

Nove dicas para curtir Chiba
Nove dicas para curtir Chiba

Sakura é uma cidade no caminho entre Tóquio e o Aeroporto de Narita. Se não fosse por isso, estaria totalmente fora da rota dos milhões de turistas estrangeiros que visitam o Japão anualmente. Na verdade, mesmo muitos japoneses desconhecem que na pequena cidade existiu um feudo, com um dos mais importantes castelos do Período Edo. Da época, infelizmente, pouca coisa restou além da história. O castelo, por exemplo, não existe mais. Um parque amplo florido ocupa o local onde ficava a construção.

No entanto, algumas casas que pertenciam aos samurais seguem de pé e três delas podem ser visitadas. Datadas da segunda metade do Período Edo, que durou de 1603 a 1868, as antigas residências Kawara, Tajima e Takei estão muito bem preservadas. Da primeira da lista, é possível conhecer ferramentas e acessórios usados na época. Através deles, pode-se ter uma ideia de como era a vida desses antigos guerreiros. Cinco vezes ao ano, em alguns dos principais feriados nacionais, a Residência Tawara é aberta para visitas. Já a Tajima e a Takei são abertas à visitação o ano todo. Como as três ficam no mesmo espaço, fazer a visita na mesma oportunidade é bem tranquilo.

Atrás do estacionamento que atende às Antigas Residências de Samurais fica o Samurai no Mori, uma espécie de jardim que mostra, também, como eram os hábitos de agricultura familiar da época. Bem mantido por uma associação local, o espaço tem uma horta com plantas frutíferas, além de construções, um poço e uma pequena floresta de bambu. A menos de 10 minutos de caminhada fica a Residência Hotta, que servia à família de Masato Hotta, o último senhor feudal de Sakura. Finalizado em 1890, ou seja, após o fim do xogunato, o espaço é formado por sete construções, das quais quatro podem ser visitadas o ano inteiro. Duas das outras estão abertas algumas vezes ao ano, em feriados, como na Antiga Residência Kawara. O jardim é reconhecido como um dos mais belos da cidade.

Sakura Bukei Yashiki (佐倉武家屋敷/Antigas Residências de Samurais)

Chiba-ken Sakura-shi Miyakojimachi 57

Terça a domingo e segundas-feiras que sejam feriado (neste caso, o local fecha na terça-feira seguinte);

fechado entre 28/12 e 3/1 9 às 17 horas (entrada até 16:30)

¥210 (adultos), ¥100 (estudantes)

Samurai no Mori (侍の杜)

Chiba-ken Sakura-shi Miyakojimachi 68

Terça a domingo e segundas-feiras que sejam feriado (neste caso, o local fecha na terça-feira seguinte);

fechado entre 28/12 e 3/1 9 às 17 horas

entrada franca

 

Kyu-Hotta Yashiki (旧堀田邸/Antiga Residência Hotta)

Chiba-ken Sakura-shi Kaburagimachi 274

9:30 às 16:30 (entrada até 16 horas)

¥320 (adultos), ¥160 (estudantes)

 

2. Degustar saquê direto da fonte

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Com toda a sua história na produção de arroz, é claro que Chiba também teria suas fábricas de produção artesanal de saquê. São 36 delas na província e muitas recebem visitantes para passeios guiados. Shisui é uma pequena cidade localizada no caminho entre Tóquio e o Aeroporto de Narita. Seu nome é escrito em japonês da seguinte forma: 酒々井. O primeiro caractere significa saquê e o segundo atua como uma repetição do caractere anterior. Já o caractere final quer dizer “poço”. Literalmente, o nome da cidadezinha quer dizer “poço de muito saquê”. Esse nome tem a ver com uma lenda que conta que, em Shisui, a bebida alcoólica mais tradicional do Japão verte do solo em abundância. Um sonho, não é mesmo? Sim, mas, é hora de acordar! A verdade é que Shisui é conhecida pela água pura que jorra facilmente de suas fontes. Porém, que sirva de alento que isso quer dizer que, sim, é possível fazer bom saquê por ali. Com mais de 300 anos de história, a Iinuma Honke é uma das mais conhecidas casas de produção da bebida em Chiba. A empresa recebe seus convidados numa construção que foi trazida diretamente da província de Niigata e remontada em Shisui. Chamado de Magariya, o espaço oferece os saquês da empresa para venda e degustação. Cercado de natureza, o local convida, ainda, os visitantes para um passeio pelo entorno, onde existe até uma área para fazer churrasco.

Tokun Shuzo (東薫酒造)

Chiba-ken Katori-shi Sawarai 627

0478-55-1122

Aberto todos os dias do ano (no dia 31/12 é necessário reserva) 10 às 16 horas

(visitação da fábrica em vários horários ao longo do dia, prioridade para quem tiver feito reserva)

Nabedana Kozaki (鍋店神崎)

Chiba-ken Katori-gun Kozaki-machi Kozaki Honshuku 1916

0478-72-2001

www.nabedana.co.jp

13 às 16 horas, de segunda a sexta (exceto feriados), porém as visitas estavam suspensas por causa de obras na área de produção em agosto de 2019. Consulte o site para saber se as visitas já foram liberadas.

 

3. Trabalhar… mas de um modo diferente

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Qual o sentido  de sair para passear e terminar trabalhando? Pode parecer estranho, mas na era do turismo de experiências, muita gente quer ir além da observação das coisas e colocar a mão na massa. Desde antigamente, Chiba é uma região de extensas plantações, em especial de arroz. O Oyama Senmaida é uma prova dessa história. São campos de arroz minuciosamente desenhados em encostas de montanha, uma técnica milenar que existe em diversas regiões do Japão. Comumente vista até os anos 1970, essa paisagem foi se tornando cada vez mais rara no país devido ao uso intensivo de maquinário e ao envelhecimento da população rural. Tombadas pelo Patrimônio Cultural, as encostas plantadas do Oyama Senmaida são mantidas pela população local como forma de preservar esse estilo de agricultura. Os campos de arroz são abertos para visitantes que querem vivenciar os processos de produção do cereal mais consumido pelos japoneses. Do final de abril até o início de maio é feito o taue, a plantação das mudas. Já a colheita rola do final de agosto até o início de setembro. No local, você ainda pode aprender a fazer o futomaki, uma espécie de sushi anabolizado, tradicional na província de Chiba.

Oyama Senmaida Hozonkai (大山千枚田保存会)

Chiba-ken Kamogawa-shi Hiratsuka 540

a partir de ¥1000, experiência completa por ¥6500

 

4. Conhecer Nokogiriyama

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Um dos pontos de maior apelo turístico de Chiba, Nokogiriyama fica no litoral oeste da Península de Boso que forma a maior parte do território da província. A privilegiada localização está localizada bem em frente da Península de Miura, já na província de Kanagawa. Uma linha de barca conecta as duas partes da periferia metropolitana de Tóquio, através dos portos de Kanaya (Chiba) e Kurihama (Kanagawa), em vários horários por dia. O serviço, inclusive, transporta carros e motocicletas.

Sagrado há mais de 1300 anos, o Monte Nokogiri e seu templo, o Nihonji, são considerados os mais antigos sítios de peregrinação budista da Região de Kanto. Nokogiri (鋸) quer dizer ‘serra’ e o nome se deve ao formato peculiar da montanha, que lembra um serrote, fruto de anos e anos de atividade extrativa. Com cerca de 330 metros de altitude e uma subida relativamente tranquila, o local é um atraente ponto para quem gosta de atividades ao ar livre. Acessível também via teleférico, o Monte Nokogiri tem, além do templo, outras atrações, incluindo estátuas budistas e vistas panorâmicas.

Um dos destaques do local é a Hyaku Shaku Kannon, uma estátua de 10 metros encravada na rocha da montanha. Construída em 1966, a figura, a Deusa da Misericórdia é uma homenagem aos mortos na Segunda Guerra Mundial e uma prece à paz no planeta. Outro que vale a citação é o Ishidaibustu, um Buda feito de pedra e com 31 metros de altura, o que o torna a maior estátua de pedra do seu estilo no Japão. Representando o buda da medicina, a figura carrega nas mãos um pote que, na crença popular, contém um poderoso remédio capaz de curar qualquer doença. Fique de olho também nos 1500 Arhats, ou iluminados, uma série de estátuas de pessoas mortais que atingiram um elevado grau de sabedoria e, como consequência, a iluminação. Essas estátuas ficam ao longo da rota de caminhada e muitas delas estão sem suas cabeças devido aos episódios anti-budistas ocorridos na Era Meiji.

 

Teleférico de Nokogiriyama (鋸山ロープウェイ)

Chiba-ken Futtsu-shi Kanaya 4052-1

9 às 17 horas (encerra às 16 horas no inverno)

¥930 (ida e volta, adultos), ¥450 (ida e volta, crianças a partir dos 6 anos)

 

Templo Nihonji (日本寺)

Chiba-ken Awa-gun Konan-machi Nokogiriyama

8 às 17 horas

¥600 (acima dos 12 anos), ¥400 (de 4 aos 12 anos)

 

Tokyo Wan Ferry (東京湾フェリー)

Chiba-ken Futtsu-shi Kanaya 4303

www.tokyowanferry.com

¥720 (acima dos 12 anos), ¥360 (dos 6 aos 12 anos)

 

5. Ouvir o som do taiko

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Taiko são os tambores japoneses e eles soam forte durante o segundo fim de semana do mês de abril de cada ano no Templo Naritasan Shinshoji, na cidade de Narita. O festival conta com cerca de algumas dezenas de grupos de taiko de diversas partes do país e atrai milhares de pessoas para as ruas estreitas que levam ao templo. São diversas atividades ao longo dos dois dias. O Sengan Hanadaiko rola às 10 da manhã tanto do sábado quanto do domingo e conta com cerca de 800 percussionistas numa apresentação em prol da paz. Ao longo do dia, a Avenida Omotesando recebe diversos grupos que se apresentam nos seus nove palcos. No sábado, às 5 da tarde, é a vez do Night Concert, o principal evento do festival, realizado num palco especial montado dentro do templo. São diversas atrações tocando do fim da tarde até o início da noite. No domingo, o evento se encerra com o Taiko Parade, que percorre a estreita rua do templo e conta com a participação dos grupos que tocaram nos diversos palcos. Imperdível!

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Fotos taiko: Roberto Maxwell

 

 

Narita Taiko Matsuri (成田太鼓祭) no Naritasan Shinshoji (成田山新勝寺)

Chiba-ken Narita-shi Narita 1

segundo fim de semana de abril

diversos horários

 

 

6. Ir à praia

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Com um litoral bem recortado, é claro que a província de Chiba tem uma série de opções para quem quer curtir o verão com sol e mar. Sendo perto de Tóquio, várias praias da região entram na lista dos toquiotas que querem fugir do calor excessivo do centrão da megalópole. Muitas dessas praias são acessíveis de trem já que as linhas Uchibo e Sotobo trafegam, em boa parte, pelo litoral da Península de Boso. Além disso, o pôr do sol no litoral da província costuma tirar o fôlego.

Iwai é uma das praias mais próximas de Tóquio e, por isso, uma das mais cheias. Com águas calmas e rasas, o local ideal para quem viaja com crianças. Com apenas dois quilômetros de extensão, a faixa de areia se encontra com as montanhas que, no verão, estão bem verdinhas, fazendo um belo conjunto com as águas azuis do mar. Na praia, os visitantes podem se juntar aos locais para fazer a pesca de rede e, ainda, provar os frutos do mar fresquinhos assados na brasa. Bom em todos os sentidos.

Okitsu também é uma faixa de areia estreita, já na parte leste da Península de Boso. Como muitas das praias da região, também está localizada numa enseada e tem águas tranquilas e montanhas que compõem a paisagem. À distância de uma estação fica a Praia de Ubara, em outra enseada. Nela, não é incomum encontrar pedaços de cerâmica. Isso ocorre porque, há cerca de 50 anos, um navio cargueiro foi atingido por um tufão e sua carga de potes e vasos acabou caindo no mar. O material chegou à praia em Ubara e até hoje pode ser encontrado.

Okinoshima é uma pequena ilha com 1 km de circunferência, localizada na cidade de Tateyama. Até a década de 1920, era cercada de água por todos lados. No entanto, uma série de terremotos fez com que o assoalho marinho se elevasse, revelando uma estreito pedaço de terra que a conecta com a Península de Boso. Essa faixa arenosa funciona como uma praia de águas rasas e tranquilas. Mas a ilha vai além disso, com sua vegetação e formações rochosas exóticas, além de outras pequenas faixas de areia onde é possível coletar conchas. Outra atividade que atrai visitantes é o snorkel, em especial para a observação dos recifes de coral. A ilha é cheia de rotas e tem, ainda, uma caverna e um santuário. À noite no verão, o local se torna ideal para a observação dos vaga-lumes.

Popular como destino turístico desde o Período Meiji, Onjuku tem muita história para contar. Em 1609, um galeão espanhol a caminho do México naufragou na costa da vila e 300 sobreviventes foram salvos pelos moradores locais. Um deles era o governador-geral das Filipinas Rodrigo de Vivero que, após uma audiência com o xogum Tokugawa Ieyasu, ganhou um barco para que eles pudessem seguir viagem. Da época, só a história ficou, mas a localidade construiu uma torre em 1928 que se tornou símbolo da amizade entre o Japão, o México e a Espanha. A região também é conhecida pelas ama-san, mulheres que pescavam peixes e crustáceos fazendo mergulho de profundidade sem o uso de equipamentos, uma tradição de mais de 2 mil anos. No quesito praia, Onjuku atrai banhistas e surfistas em igual proporção.

 

Praia de Iwai (岩井海水浴場)

Chiba-ken Minamiboso-shi Kushi 779

estação mais próxima: Iwai (Linha Uchibo – JR)

 

Praia de Okitsu (興津海水浴場)

Chiba-ken Katsuura-shi Okitsu

estação mais próxima: Kazusa-Okitsu (Linha Sotobo – JR)

 

Praia de Ubara (鵜原海水浴場)

Chiba-ken Katsuura-shi Ubara 988

 

Okinoshima (沖ノ島)

Chiba-ken Tateyama-shi Fujimi

estação mais próxima: Tateyama (Linha Uchibo – JR)

 

Onjuku (御宿)

Chiba-ken Isumi-gun Onjuku-machi Suga

estação mais próxima: Onjuku (Linha Sotobo – JR)

 

7. Visitar o Mickey e sua turma

Nove dicas para curtir Chiba
Nove dicas para curtir Chiba Disneyland

Todo mundo fala Tokyo Disney, mas a verdade é que a “Disneylândia de Tóquio” fica na província de Chiba. Perdoada a “falha”, na verdade o espaço gigantesco é ocupado por dois parques temáticos: a Tokyo Disneyland e a Tokyo DisneySea. Primeira Disneylândia fora dos Estados Unidos, o parque de Tóquio é baseado nos filmes e desenhos animados da Disney. São sete áreas diferentes, nas quais personagens e tramas vão surgindo na forma de brinquedos. Destaque para o Space Mountain, uma montanha-russa cheia de luzes simulando uma viagem do futuro.

Já na DisneySea os temas são portos do mundo e o parque em si tem uma pegada mais adulta, apesar de ser diversão para toda a família. Uma das atrações mais concorridas é a Tower of Terror, uma espécie de elevador que levam os visitantes em diversas telas inspiradas em filmes de terror. Horripilante! Como tudo em Tóquio, mesmo que aqui seja Chiba, os parques da Disney estão sempre lotados. Portanto, na Disneyland ou na DisneySea a dica para quem quer aproveitar o máximo é chegar cedo. Comprar os Fast Passes, que dão a possibilidade de “furar a fila”, também é uma boa ideia.

Tokyo Disneyland

Chiba-ken Urayasu-shi Maihama 1-1

www.tokyodisneyresort.jp

 

Tokyo Disney Sea Chiba-ken

Urayasu-shi Maihama 1-13

www.tokyodisneyresort.jp

 

8. Comer unagi, a enguia japonesa

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Nove dicas para curtir Chiba UNAGI

“Iwamaro-san, deixa eu dizer uma coisa que vai te fazer bem para essa sua magreza de verão: coma unagi!”. Esses são alguns dos versos de um poema satírico contido no Manyoshu, a mais antiga antologia poética do Japão. E a coisa segue assim: “Magrelo desse jeito, será que estás vivo? Com um corpo desses, quando entrares na água para pescar unagi, é capaz do rio te levar. Para com isso!”.

Essa exortação em tom de brincadeira datada do século 8 comprova que desde tempos imemoriais os japoneses levam a sério o fato de que a enguia japonesa, ou unagi, faz bem ao corpo na época mais quente do ano. O peixe de água doce é considerado hoje um superalimento. Isso porque ele contém uma grande quantidade de cálcio e vitaminas B, D e E, toda a estamina necessária para encarar o calorão japonês.

Não é de hoje que o nome da cidade de Narita está associado à enguia. Basta um passeio pelo calçadão que leva ao templo Naritasan Shinshoji para sentir que essa relação é forte. São cerca de duas dezenas de restaurantes servindo a iguaria só ali. Tudo começou no Período Edo, quando o pequeno templo fundado no ano de 903 caiu nas graças do xogunato Tokugawa que, ao longo das gerações, foi ampliando seu espaço e influência. Depois, em 1703, o extraordinário ator de kabuki Ichikawa Danjuro escreveu e estrelou um espetáculo que tinha como cenário o Shinshoji. A partir de então, o local virou ponto de peregrinação para o povo de Edo (atual Tóquio) e a enguia servida nas tavernas do local ficou cada vez mais popular. Apesar de estar se tornando uma espécie cada vez mais rara no meio-ambiente, a enguia japonesa sobrevive através da criação. Cozida no vapor e temperada com o tarê, um molho feito à base de shoyu, a iguaria pode ser comida acompanhada de arroz nos formatos unaju (na caixinha laqueada) ou unadon (na tigela). Ir a Narita e não comer o unagi é o mesmo que ir a Roma e não ver o papa. Fica a dica.

9. Apreciar as folhas do outono

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No centro da Península de Boso, que forma a maior parte do território da província de Chiba, corre o Rio Yoro que vai formando um vale bem escarpado que recebe em japonês o nome de Yoro Keikoku (養老渓谷). Cheio de corredeiras e cercado por florestas, o rio forma uma bela paisagem que é quase desconhecida, mesmo pelos japoneses. Trilhas de caminhada pelo vale fazem a alegria de quem gosta de passear por áreas naturais. Isso sem contar com a viagem na ferrovia Kominato, uma das mais charmosas de Chiba. Tudo fica ainda mais bonito no outono, quando as folhas das árvores decíduas começam a perder clorofila, deixando tudo amarelo e vermelho. No caminho, é possível ver também corredeiras e até mesmo a cachoeira como a Awamata-no-taki, a queda d’água mais alta da província com 30 metros de altura. Outro destaque do passeio é o Shusse Kannon, um templo com mais de 800 anos de história, no qual os antigos guerreiros vinham fazer suas preces. Visitando em fevereiro, é capaz de você também encontrar as ameixeiras floridas. Encerrar um passeio como esses num banho de águas termais não é nada mal. Perto da estação Yoro Keikoku fica uma série de estabelecimentos que oferecem banhos com o kuroyu, águas termais de cor bem escurecida, devido à quantidade de material orgânico no solo do local. Diferente.

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Conteúdo cedido por JpGuide